Pea
-Os marmelos estão óptimos, tirando a parte em que estão de cama. Desta vez estás aqui para ficar?
-Os marmelos estão óptimos, tirando a parte em que estão de cama. Desta vez estás aqui para ficar?
-Conto com isso. – Ele sorriu.
Abracei-o.
-Tive tantas saudades tuas.
-Eu também. Mesmo muitas. – Ele largou-me. – Mas agora conta-me o que te anda a preocupar.
-Há duas semanas atrás o Miguel morreu.
-Não acredito, o teu irmão… - Ele olhou-me surpreendido.
-Sim, encontrámo-lo estendido no chão do quarto dele com montes de drogas ao pé dele. – As lágrimas escorriam agora e escondi a minha face no peito de Tomás.
-Lamento.
-Eu tive para te ligar, mas percebi que não querias falar comigo porque não gostas quando não podes estar fisicamente com alguém com quem falas.
-Desculpa. – Ele apertou-me mais.
-A culpa não é tua…
-Também não é tua.
-É sim, eu deveria ter percebido.
-Não… Se ele andava a esconder como deverias ter percebido? Ele não queria mesmo que percebesses.
-Mas deveria ter percebido que algo tinha mudado. Eu sou a irmã dele.
-Diz lá que não é verdade que quem te percebe melhor não é ele.
-É verdade, mas…
-Mas nada, com ele acontecia o mesmo. Não conseguias controlar.
-Sim, tens razão.
Ele abraçou-me até as lágrimas e os soluços terem parado.
-Sabes… Eu não consegui despedir-me de ti porque tu és mesmo muito especial.
-De especial não tenho nada.
-Tens, acredita. Aliás, o tempo que estive fora eu só pensava em ti e perguntava-me como estarias. E mesmo antes eu já tinha percebido…
-O quê?
-Que eu te amo… Mas mais do que como amigo.
-Eu… eu não sabia. Pensei que estivesses apaixonado por aquela outra rapariga
-Não, isso foram parvoíces minhas. Achei que se namorasse com ela, acabaria por esquecer-te. Mas estou farto de me mentir a mim mesmo. É a ti que eu quero.
-Tomás, eu… Eu também te amo.
-Então e o…
-Mesma coisa.
-Somos tão tolos.
-De facto, somos mesmo.
Ele sorriu e beijou-me gentilmente.
-Obrigada por me iluminares o dia.
-De nada. – Sorriu. -Agora tenho mesmo de ir, mas depois já te mando mensagem.
-Está bem. – Observei-o enquanto se dirigia com o passo acelerado para o hospital e eu mesma me dirigi também para lá.
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E peço imensas desculpas por ter demorado tanto. Não, não tenho desculpas para dar. Simplesmente não me tinha ainda dado para escrever.